quarta-feira, 2 de março de 2011

O próximo encontro ocorrerá no Rio de Janeiro: 08 de abril (fiquem atentos!!!)

Projeto de Lei pode oficializar Sacerdotes Afroumbandistas como teólogos

(Texto extraído do site do Jornal Grande Axé http://www.grandeaxe.com.br/)


Sacerdotes das religiões de 
origem africana e indígena 
podem se tornar Teólogos. 
O tema foi discutido nesta 
sexta-feira, 18 de fevereiro, 
no auditório do Sindicato
 dos Previdenciários do Rio 
Grande do Sul, em Porto 
Alegre, reunindo mais de 50
 religiosos e interessados 
no assunto. A atividade 
foi promovida pelo EGBÉ 
ÒRUN ÀIYÉ e a Associação 
Nacional de Teólogos e Teólogas da Religião Matriz Africana 
(ATRAI), com apoio do AFRICANAMENTE e da Comunidade
 Terreira Ilê Axé Yemonjá Omi Olodo.

Conforme explica um dos organizadores do evento, o professor e Babalorixá 
Hendrix Ifáomi Silveira, tudo depende da aprovação do
Projeto de Lei 114, de 2005, de autoria do Senador e Bispo da Igreja 
Universal do Reino de Marcelo Crivella. Se aprovada, a proposta abre 
precedentes para que Pais e Mães de Santo tornem-se teólogos. Para tanto, 
basta que o sacerdote comprove atuação e conhecimentos na Religião. 
Dessa forma, uma das ideias defendidas é a participação no curso de 
capacitação oferecido pela ATRAI (http://atraibr.org/cursos/).

O debate foi conduzido pelo professor Jayro Pereira, Teólogo da Religião de 
Matriz Africana e Afro-Brasileira. Ele enfatiza que Teologia não é uma 
área do conhecimento de exclusividade católica. “Nós todos da Religião Afro 
somos teólogos”, afirma. Entretanto, pondera, falta aos sacerdotes a consciência
 sobre a importância desse reconhecimento formal e por isso está mobilizando
 comunidades de religiosos do Brasil inteiro para esta discussão. Na opinião
 do professor, não há dúvidas de que o Projeto de Lei será aprovado, mais 
cedo ou mais tarde, e defende que sacerdotes e sacerdotisas tenham um 
mínimo de preparo para exercer os seus direitos.

Hendrix, ao enfatizar a riqueza dos ensinamentos repassados de forma oral 
de Pais para Filhos de Santo, afirma também que o estudo calcado em uma 
metodologia acadêmica irá agregar valor à Religião, a partir do 
“conhecimento sobre a prática. Muitos Religiosos praticam sem saber o porquê,
 repetindo o que lhes foi ensinado”, diz. Para ele, trata-se de entender as razões 
que estão por trás dos rituais da Religião. Além disso, ressalta, é uma 
maneira de combater o preconceito.

Outro assunto em pauta refere-se à regulamentação, pelo Ministério da Educação 
e Cultura – MEC, sobre os cursos de graduação em Teologia. A fim de respeitar a 
liberdade religiosa, que está prevista na Constituição Brasileira, o MEC adotou 
a postura de não interferir no conteúdo ensinado nos cursos de Teologia. 
Entretanto, essa posição vem abrindo precedentes para que instituições fomentem
 a intolerância religiosa, o que levou o Ministério a discutir a construção de uma
 grade curricular baseada em sete eixos. A idéia é que os estudantes de Teologia,
 embora tenham o seu credo, tenham uma formação ampla, que inclui o respeito 
a outras práticas religiosas.






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